[ domingo, 08 de junho de 2025 ]
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Custo da cesta básica sobe em Curitiba e compromete mais da metade do salário mínimo

O valor da cesta básica em Curitiba aumentou em fevereiro de 2025, acompanhando a tendência de alta observada em 14 das 17 capitais analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).

Segundo o levantamento, o custo dos alimentos essenciais na capital paranaense chegou a R$ 745,88, representando uma variação mensal de 0,29% e um aumento acumulado de 1,97% nos últimos 12 meses.

Apesar de o crescimento ser inferior ao registrado em outras capitais, como Recife (4,44%) e João Pessoa (2,55%), o impacto no orçamento do trabalhador curitibano não pode ser ignorado. Com o salário mínimo reajustado para R$ 1.518,00, um trabalhador que recebe esse valor precisou destinar 53,12% da renda líquida apenas para adquirir os alimentos básicos. Isso equivale a aproximadamente 108 horas de trabalho no mês, um reflexo da dificuldade crescente da população em manter o padrão alimentar adequado diante da inflação dos alimentos.

O que mais pesou no bolso?

Os preços da carne bovina de primeira e da batata foram alguns dos destaques na alta de fevereiro. Enquanto o quilo da carne subiu 2,38% na capital paranaense, a batata teve um aumento de 3,24%, seguindo a tendência observada em outras cidades do Centro-Sul do país. O tomate, outro item essencial da alimentação, também apresentou variação significativa em diversas capitais, chegando a subir 44,52% em Recife e 22,12% em Natal.

Por outro lado, alguns produtos aliviaram o impacto na cesta básica, como o feijão e o arroz, cujos preços apresentaram queda na maioria das cidades pesquisadas. O óleo de soja também teve uma redução considerável, acompanhando o avanço da colheita da safra 2024/2025.

Salário mínimo insuficiente

Com o aumento dos preços dos alimentos, o DIEESE reforça que o salário mínimo vigente está longe de atender às necessidades básicas de uma família. De acordo com o estudo, o mínimo necessário para garantir alimentação, moradia, saúde, educação, transporte, lazer e previdência deveria ser de R$ 7.229,32, valor 4,76 vezes maior do que o piso salarial atual.

Essa discrepância entre o rendimento e o custo de vida reforça a dificuldade enfrentada pelas famílias brasileiras, que precisam lidar com a alta dos alimentos, o impacto da inflação e a defasagem salarial.

O cenário observado em Curitiba não é isolado. Com o custo da cesta básica pressionando a renda dos trabalhadores, torna-se cada vez mais urgente o debate sobre políticas públicas que garantam segurança alimentar e um reajuste salarial compatível com a realidade econômica do país.

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